Bioética


O termo bioética apareceu pela primeira vez no início dos anos setenta, aplicado por Van Rensselaer Potter (Bioethics: the science of survival e Bioethics: bridge to the future, Prenctice Hall, Englewood Clifs -NY). Na verdade estas obras não tinham muita relação com o que hoje chamamos de bioética. Para ele a finalidade da bioética é auxiliar a humanidade no sentido de participação racional, porém cautelosa no processo da evolução biológica e cultural. Bioética é a combinação de conhecimentos biológicos e valores humanos. (VIEIRA, 2007).


O vocábulo bioética indica um conjunto de pesquisas e praticas pluridisciplinares, objetivando elucidar e refletir acerca das soluções para questões éticas provocadas principalmente pelo avanço das tecnociências biomédicas. O interesse pela analise deste tema se acelerou ainda mais, quando se decifrou o código genético humano, mostrando novos recursos de manipulação cientifica da natureza. O homem se viu diante de problemas imprevistos. 

Assim, seu estudo vai além da área medica, abarcando psicologia, direito, biologia, antropologia, sociologia, ecologia, teologia, filosofia, etc., observando as diversas culturas e valores. Esta pesquisa não tem fronteira, dificultando, inclusive, uma definição uma vez que os problemas são considerados sob vários prismas, na tentativa de harmonizar os melhores caminhos. (VIEIRA, 2007).


De acordo com os princípios bioéticas, o cuidado deve ter prioridade sobre a cura, pois não existe certeza absoluta de que nossas doenças serão curadas ou que a morte possa ser evitada. A morte sempre deve triunfar, toda a vitoria que conseguimos e temporária, mas a nossa capacidade de cuidar e apoiar devem ser permanentes. (FELICIO, 2006).

Existem cinco princípios básicos na atenção aos pacientes terminais que devem ser salientados. São eles: da veracidade, da proporcionalidade terapêutica, do duplo efeito, da prevenção e do não-abandono.

Da veracidade: e o fundamento da confiança nas relações interpessoais. Comunicar a verdade ao paciente e seus familiares e um beneficio para eles (principio da beneficência).

Da proporcionalidade terapêutica: e a obrigação moral de se programar todas as medidas terapêuticas que tenham relação de proporção entre os meios empregados e o resultado previsível.

Do duplo efeito: esta relacionada às condições que devem ser observadas para a realização de um ato que tem dois efeitos – um bom e outro mal – que seja licita, por exemplo, dor intensa versus efeitos colaterais de medicação.

Da prevenção: antecipar possíveis complicações e/ou sintomas que frequentemente apresentam se numa determinada condição clinica. Devem ser mobilizados familiares e profissionais para evitar o sofrimento desnecessário.

Do não-abandono e tratamento da dor: salvo em casos de grande objeção de consciência, seria eticamente condenável abandonar um paciente porque este se recusa a determinadas terapias. Esses princípios devem nortear as atitudes da equipe multidisciplinar. (FELICIO, 2006).

No modelo paliativo a abordagem esta centrada no paciente em si, em suas necessidades físicas, psicológicas e espirituais dos pacientes. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os cuidados paliativos objetivam a melhora da qualidade de vida do paciente e seus familiares diante de uma doença sem cura, através da prevenção e identificação precoce das complicações que geram sofrimento, principalmente a dor, a mais comum e aterrorizante sensação multifatorial dos pacientes, nesse caso com câncer.

E imprescindível na implantação dos cuidados paliativos o treinamento da equipe multidisciplinar, que essa consciência comece ainda na graduação e estenda se a pratica profissional. Esse caminho pode começar a ser percorrida com o tema morte como parte natural de um ciclo de vida que começa e termina varias vezes. Com a diferença de cuidar e curar um paciente. Com o respeito que cada ser humano merece independentemente da doença, classe ou cor da sua pele. (VIEIRA, 2007).

REFERÊNCIAS

FELICIO, Eliana C.S et al. Cuidados paliativos e fisioterapia: reflexões atuais. Cadernos Centro Universitário S. Camilo, São Paulo, v.12, n.2, p.8791, abr./jun. de 2006.
VIEIRA, Tereza Rodrigues. O que é Bioética? Disponível em: http://www.cuidadospaliativos.com.br

1 comentários - Add Yours

Júlio César disse...

Muito bom o Blog...parabéns...já estamos adicionados...grato por estar acompanhando também o blog Servidor Público. At+

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