reabilitação funcional em fratura diafisária de fêmur fixada com haste intramedular na fase hospitalar


 Introdução
A técnica cirúrgica caracteriza-se por uma fixação utilizando dois parafusos proximais e dois parafusos distais sobre uma haste intramedular. Geralmente essa intervenção cirúrgica é utilizada em pacientes com fraturas graves como as diafisárias e cominutivas do fêmur. Essa técnica permite uma união das fraturas de mais de 99%, estatísticas associadas à velocidade de recuperação, de deambulação, movimentação do joelho e tempo de permanência no hospital.

Baseados nesses excelentes resultados alguns ortopedistas aderem a essa técnica a fraturas que normalmente consolidar-se-iam muito bem com apenas o tratamento conservador, evidenciando a necessidade de avaliação e determinação da melhor técnica para cada paciente com maior critério.

Objetivos de Tratamento da Fisioterapia
Os objetivos primordiais da reabilitação no paciente fraturado devem visar principalmente o alívio da dor, redução de edema, manter ou restaurar a amplitude de movimento das articulações, preservar a velocidade de consolidação da fratura pela atividade e retornar o paciente à função o mais precocemente possível, é de fundamental importância que este tratamento se dê o mais rápido possível após o ato cirúrgico, para que os resultados sejam mais significativos e mais rápidos.

Minimizar os efeitos deletérios da Síndrome da Imobilidade, muitos deles podem colocar a vida do paciente em risco. Acker, Murphy & D`Ambrosio (1995), relatam que há muito tempo atrás pesquisadores ligados a reabilitação já sugeriam a existência de uma síndrome da imobilização, síndrome esta resultante do prolongado repouso e imobilização devido a enfermidades e traumatismos, sendo que a base da síndrome é um desequilíbrio da relação normal entre o repouso e a atividade física, dois processos biológicos que são essenciais à preservação da condição física ótima nos homens.

Os efeitos deletérios têm por alvo sistemas e órgãos do corpo humano. O respiratório e o sistema digestivo são alterados frente ao repouso prolongado, a fisioterapia tem como objetivo nesta fase da reabilitação, minimizar as seqüelas do P. O encontradas no paciente em reabilitação ambulatorial, além de acelerar a recuperação funcional do paciente em fase hospitalar, visando um retorno mais breve as suas atividades de vida diária, prevenindo com isso os efeitos deletérios da imobilização.Os principais riscos:

  • Infecções (local e respiratória podendo levar a septicemia)
  • Danificação do material usado na fixação (quedas, carga precoce no membro acometido)
  • Retardo na consolidação
  • Distúrbios trombo-embólicos
 Reabilitação físico-funcional
A avaliação é de fundamental importância para o êxito do tratamento, para que o fisioterapeuta possa estabelecer com segurança os objetivos da conduta e selecionar as modalidades terapêuticas mais indicadas. Devem ser realizados alguns procedimentos essenciais na avaliação, como a anamnese, exame físico, inspeção e palpação do membro, análise dos exames complementares, técnica cirúrgica utilizada e ainda o resultado da cirurgia.

O membro não fraturado também deve ser avaliado, com dois procedimentos que consistem na mensuração da amplitude de movimento (ADM) ativa e passiva, principalmente no nível de articulação do joelho e graduação da força muscular de todo o membro, para que se possa comparar a evolução do paciente após o tratamento fisioterapêutico.

No primeiro dia de pós-operatório já se começa a fisioterapia, inicialmente com contrações isométricas do quadríceps. Assim que haja diminuição da dor pós-operatória são indicados exercícios de flexo-extensão do joelho e quadril sem carga. Não é permitido apoio com carga total no membro operado até serem visualizados sinais de consolidação radiológica.

O tratamento baseia-se em técnicas de manipulação passiva, ativo-assistido, exercícios ativos – livres, ativo - resistido, “exercícios metabólicos”, ou seja, bombeamento de tornozelo, treino de marcha no momento adequado, posicionamento no leito, crioterapia e eletroterapia, além de manutenção da integridade pulmonar através de exercícios respiratórios, sendo de suma importância a realização de exercícios isométricos de quadríceps, glúteos e ísquios - tibiais, evitando assim a diminuição do trofismo muscular.

A mobilização articular e a realização de exercícios precocemente no paciente submetido à cirurgia ortopédica para correção de fratura diafisária de fêmur é importante para prevenir atrofias e possíveis deformidades nas articulações em outros órgãos e sistemas corporais, permitindo assim um menor tempo de internação e uma reabilitação funcional mais rápida em fase ambulatorial.

Conclusão
Portanto a união entre tratamento fisioterapêutico e o uso da haste intramedular bloqueada faz-se necessário e imprescindível, permite que o fisioterapeuta use diversas técnicas de reabilitação para propiciar ao paciente um retorno precoce as atividades de vida diária e a trabalho, livre de deformidades.

Referências
RODRIGUES, A. J. Complicações respiratórias no pós-operatório. Medicina (Ribeirão Preto) 2008; 41 (4): 469-76.
SANTOS, C. A. et al. Atuação da fisioterapia no pós operatório de fratura diafisária de femur com o uso da técnica da haste intramedular bloqueada em fase hospitalar. Revista Digital - Buenos Aires - Año 11 - N° 104 - Enero de 2007.
SANTOS, M.G.C. et al. Fraturas do fêmur por projétil de arma de fogo: tratamento imediato utilizando a técnica da placa em ponte rela dois casos. HMLJ.

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