Reabilitação nas Lesões Traumáticas da Pelve

Considerações Anatômicas
Quando avaliamos um trauma pélvico, devemos ter em mente os cuidados com as partes moles, particularmente vasos, nervos e órgãos, os quais estão em contato íntimo com o arcabouço ósseo e que estão potencialmente em risco. A integração destas informações com a aparência radiológica das fraturas nos ajudarão a dar uma impressão do local em que as lesões das partes moles porventura possam ocorrer.

Anatomia Vascular
Os grandes vasos da pelve são: as artérias ilíacas (interna e externa) e os ramos da ilíaca interna. A artéria ilíaca comum divide-se em dois ramos principais ao nível de L5-S1. A artéria ilíaca externa que atravessa a pelve ao longo da borda medial do músculo psoas, tornando artéria femoral ao nível do ligamento inguinal, e a artéria ilíaca interna que fornece uma variedade de ramos irão suprir a parede da pelve, das vísceras pélvicas, dos órgãos genitais e das nádegas.

Os ramos que se encontram mais próximos aos ossos são os mais atingidos. Estes incluem a artéria glútea superior, principalmente quando ela atravessa a goteira ciática; a pudenda; a obturatriz e os ramos vesicais que passam da parede anterior e lateral da pelve.

As artérias sacral mediana, sacral lateral e vasos iliolombares corem intimamente com o osso sacro. A separação das articulações sacroilíacas ou as fraturas posteriores da asa do ilíaco que se estendem a goteira ilíaca podem causar traumatismo na artéria ilíaca interna e glútea superior.

Na prática é geralmente a artéria glútea superior a atingida nas lesões pelo mecanismo de cisalhamento da articulação sacroilíaca, atuando como um gancho sob a goteira ciática bem próxima a esta articulação.

Reabilitação Funcional em pacientes com AVC através do fortalecimento e condicionamento muscular: esclarecendo velhos mitos

             Introdução

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o acidente vascular cerebral (AVC) como uma síndrome clínica com desenvolvimento rápido de sinais clínicos de perturbação focal ou global da função cerebral, com possível origem vascular e com mais de 24 horas de duração.

No Brasil, o AVC é considerado a principal causa de morte. Além disso, estudos realizados nas cidades de Salvador e Joinville indicam incidência em adultos jovens variando de 0,08% a 0,18%. Apesar de a prevalência ainda ser desconhecida, ela não deve ser muito diferente da apresentada nos outros países. (LESSA, 1999)

Sob a ótica motora e em termos de manifestações clínicas, a hemiplegia ou paralisia de um hemicorpo é o sinal clássico decorrente de um Acidente Vascular Cerebral. Além desta, outras manifestações pode ocorrer como os distúrbios sensitivos, cognitivos, de linguagem, de equilíbrio, força muscular e do tônus postural1. (BASMAJIAN, 1987)

A reabilitação destes pacientes é na maioria das vezes, um grande desafio. Os esforços para minimizar o impacto e para aumentar a recuperação funcional após AVC têm sido um ponto importante para os profissionais de reabilitação.

É consenso na literatura atual que a fraqueza muscular, caracterizada pela incapacidade do músculo em gerar força nos níveis considerados normais é uma séria limitação à função e à reabilitação, atrasando muitas vezes o ganho funcional dos pacientes hemiparéticos crônicos ao longo da terapia.

A fraqueza muscular é uma das alterações mais significativas presentes após o AVC e um fator limitante para a recuperação funcional. O fortalecimento muscular não tem sido muito utilizado na reabilitação após o AVC porque se acreditava que haveria uma interferência na coordenação e no timing do controle motor, exacerbando a restrição imposta pelo músculo espástico e reforçando os padrões anormais de movimento. Não há evidências científicas que suportem tal afirmação. (SALMELA; OLIVEIRA et. al. 2000 e TRÓCOLI; FURTADO 2008).